sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Canibalismo nos primeiros anos do descobrimento

Muito poética, pacífica e bonita a história do Brasil que aprendi, eu e meus irmãos também. Fruto das diretrizes didáticas ditadas pelos órgãos de informação brasileiros estabelecidos na época da ditadura.

Romantismo indígena, "O Guarani", "Peri e Ceci", amores de brancos e índios. Quanta manipulação ideológica. Nem hoje, Eduardo Bueno, o jornalista historiador da moda, ousou mostrar a face escura do canibalismo entre as tribos brasileiras.

Para ilustrar o assunto, precisamos de alguns "quadros" expostos na obra do historiador britânico Robert Southey, History of Brazil, dono de uma numerosa coleção de livros espanhóis e documentos sobre a história de Portugal e da América do Sul. Seu livro é, portanto, fruto de estudo em documentos originais dos exploradores de nosso continente.

A inspiração do canibalismo

Hoje, nesta época de revisionistas, que negam tudo o que está escrito, só para  mostrar que são críticos, tenderíamos a encontrar explicações mirabolantes para o ato canibal. Mas até os índios da tribo dos Xavantes dão uma explicação simples:

Comer a carne de um forte transfere a força deste para quem a come

É uma tendência animista , ou seja, dar excessiva importância à influência da alma na vida das pessoas. Como consequência, as fronteiras desta alma avançam sobre terrenos da vida que não tem a ver com ela. A confusão da alma com a carne, no caso do canibalismo, mostra o primitivismo do raciocínio.