terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Proclamação da República - I - Governo Provisório

Para compreender o contexto histórico de nossa nação nos anos que precederam a inauguração de Belo Horizonte em 1897, precisamos lembrar que a Proclamação da República acabara de alterar o status de nossa pátria.

Precedentes da Proclamação do Governo Provisório

A coroa portuguesa, inegavelmente ciente dos movimentos Republicanos pelo mundo, veio com um projeto de Autonomia Provincial, em que cada província teria uma Assembléia Provincial, cujos membros eleitos "a dedo" seriam meros fantoches das vontades da corte. E tal eleição seria conduzida por artimanhas como compra da vontade dos candidatos e também pelo uso da violência para coação do povo.

A notícia abaixo dá conta de uma manobra ocorrida no mês de agosto do mesmo ano nas urnas. Sempre existe, no seio de uma nação, almas que vendem sua vontade para os dominadores, pois é mais fácil manter a ordem vigente do que modificá-la e ter que mantê-la depois.

Veja este artigo na Edição 41 do jornal "O Movimento" da cidade de Ouro Preto, datado de 13 de Novembro de 1889:






Veja a notícia "quentinha" que saiu no jornal "O Estado de Minas Gerais" (não se trata do hoje Estado de Minas) em sua primeiríssima edição. Provavelmente, a inauguração deste jornal foi ato resultante do entusiasmo reinante.


Basicamente a Monarquia é deposta em nosso país, e instituído um Governo Provisório. Isto decorre do fato de que o Governo Republicano deveria convocar agora uma Assembléia Constituinte para eleger os representantes do povo.


As nomeações


Repare neste primeiro excerto da notícia, que o Governo Provisório reconhecia as obrigações anteriormente assumidas pela nação. Isto dava segurança aqueles que havia,m celebrado contratos, de que eles não haviam mudado. Todo o elenco de obrigações dos cidadãos, uns para com os outros, estava resguardado. O Estado de Direitos e Obrigações se mantinha, ou seja, socialmente, os compromissos estavam mantidos.

Os ministros nomeados

Aristides Silveira Lobo é nomeado Ministro do Interior. Ele é bacharel em direito, e já havia participado da edição de manifestos republicanos.


Quintino Bocayuva é nomeado Ministro das Relações Exteriores, além de acumular a pasta de Ministro da Agricultura, Comércio e Obras Públicas.


Eduardo Wandenkolk é nomeado para o cargo de Ministro da Marinha. Rui Barbosa, conhecido como uma das pessoas mais inteligentes do país, bacharel em direito, foi nomeado Ministro da Fazenda.


Campos Salles é nomeado MInistro para assuntos da Justiça. Demétrio Ribeiro assume o Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas.


Para Governador do Estado do Rio de Janeiro, que abrigava a Capital Federal, é nomeado o Dr. Francisco Portella.


E para o Governo de Minas Gerais é designado o bacharel Cesário Alvim. Para a Bahia, Manoel Pereira.


Para chefe de Polícia da Capital, pois era vital manter a ordem, foi designado João Sampaio. E para o Diário Oficial, cargo importante para registro dos Atos do Governo, Júlio Diniz.


Este é um registro histórico-documental importantíssimo, que colocamos aqui para disseminação ampla entre a nação brasileira, pois só vemos esta história pelos livros, sem este tempero de realidade dado pela notícia impressa em papel da época.
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Fonte: Arquivo Público Mineiro

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